Nos últimos dias, mais uma vez, alguém veio aqui ao Blog falar no projecto OLPC e nas nobres intenções sociais do mesmo, em oposição ao Magalhães e à sua filosofia de desenvolvimento e marketing. Não temos nada contra o projecto OLPC. Até simpatizamos bastante com o princípio subjacente e com o seu impulsionador Nicholas Negroponte, mas não é defensável querer que o (já sabemos, que muitos não concordam com o adjectivo) portátil português tivesse por base esse projecto, pela simples razão, que desse modo nunca poderia ser uma iniciativa portuguesa.
Importar um produto fabricado na Ásia (Sim, o XO da OLPC teria sempre que vir da Ásia) seria algo completamente distinto do que está a ser feito com o Magalhães. Propiciaram-se condições para que um conjunto de empresas portuguesas, das quais a JP Sá Couto é líder, fabricasse cá o computador (em Matosinhos mais concretamente). Algo que não seria possível com o XO.
E se nesta primeira fase a incorporação de componentes fabricados em Portugal é reduzida, já está prometido pelos responsáveis do projecto o seu incremento progressivo até patamares bastante elevados.
Louvemos a iniciativa que permitiu que ocorresse em Portugal a primeira iniciativa europeia de Original Design Manufacturer (ODM). Louvemos o marketing do projecto – está a resultar em pleno, e as exportações atestam-no.
Perdoem-nos esta repetição, e este artigo de “louvor”, mas é que após tanto “bater” no Magalhães por parte de muitos, até aqui no blog, a quem obviamente temos dado “voz” quando o fazem com civilidade, achamos que não deveríamos deixar sobre os ombros de alguns dos que aqui comentam, a defesa do Magalhães.
Tentamos ter uma postura até relativamente passiva, dando as notícias e deixando os comentários para quem nos visita, mas nesta altura entendemos que o nosso silêncio se poderia confundir com apatia, e não é verdade. Por isso criamos este blog, porque somos pelo Magalhães, porque acreditamos no Magalhães, porque entendemos que é uma iniciativa de louvar a praticamente todos os níveis.
Outro factor que contribuiu para que este artigo tenha saído hoje, prende-se com uma peça que a TVI passou na passada sexta-feira no seu telejornal da noite, que me fez, a mim que escrevo, transbordar o copo da indignação por toda esta maledicência.
Entre diversas calinadas como referir-se a “software da Intel” e “notebook”, os senhores “jornalistas” que a assinaram, “bateram” imenso no Magalhães com argumentos que se conhecem desde Agosto – porventura os distintos autores da peça, só quase em Novembro deles tiveram conhecimento. E tudo, porque o nosso primeiro-ministro aproveitou (e muito bem digo eu, aqui ao contrário de noutras ocasiões) para fazer publicidade ao Magalhães na Cimeira Ibero-Americana.
Com certeza, os senhores da estação de Queluz ficariam mais satisfeitos que Sócrates em vez do Magalhães tivesse levado umas cassetes das extremamente educacionais, e de tradição e fórmula bem portuguesas, telenovelas da TVI.
Tantas críticas, tantos apupos, nalguns casos tanta maledicência … Ainda bem que o Magalhães é como é. Daí que todos estes ataques acabem por “resvalar na sua couraça de indiferença” do seu chassis em plástico resistente ao choque 😉
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