O real carácter do genuíno português

O real carácter do genuíno português

bluegene.pngO Portátil Magalhães tem estado a fazer um certo buzz nos media e na blogosfera nacional. Para além da excitação da generalidade do cidadão comum, que reconhece valia ao projecto e encara com agrado a possibilidade de adquirir um portátil de custo muito baixo para começar a instruir os seus petizes nas novas tecnologias, personalidades há, umas distintas, outras nem por isso, algumas a que se lhes reconhecem as motivações, outras que o farão desinteressadamente, umas mais barbadas que outras, etc … que muito têm batido no portátil que apelidamos de português. A sorte, é que como se sabe das especificações técnicas do Magalhães, ele é resistente ao choque, e o seu chassis em plástico, abre boas perspectivas de que também o seja em relação à bilis.

Mas vejamos então de que o acusam:

Alguns detractores mal ou bem intencionados apontam a menoridade deste em relação ao portátil do projecto OLPC. Acontece que o XO é apenas produzido na Ásia, o que por esse mesmo facto, não traria qualquer mais-valia ao País, o que inviabiliza desde logo qualquer exercício comparativo deste género

Outros, avançam com a ilegitimidade de chamar português, a um computador que é baseado no Classmate da Intel, mas que “ao menos” vai está aqui a ser produzido, e logo a Norte por sinal. Não venham dizer então que o Scirocco é um automóvel português.

Outro argumento, este já sem qualquer razão do ser, (daí que seja o último que aqui é abordado – com os restantes não perderemos tempo), atesta que a iniciativa subjacente a este tipo de computadores está direccionada para países sub-desenvolvidos ou emergentes. Ora, claro que sim, só que lá terão outra função. Que queriam então? Entregar a miúdos dos 6 aos 10 anos, autênticos Bluegenes e Roadrunners?

Não sei porquê, mas estou em crer, que se não fossem os irmãos Sá Couto a liderarem o projecto .. Se fosse assim, um qualquer milionário português, com boa promoção mediática, e que gravitasse bem mais perto dos opinion-makers portugueses, a ressaca do anúncio do Portátil Magalhães teria sido muito mais doce.

Mas no final, tenho que concordar … O portátil Magalhães não é realmente português.
Português mesmo, é o jardim do Oriente que o senhor Berardo criou no Bombarral com mil toneladas de estátuas (da mais fina tradição lusitana), e ainda para mais, (ao que dizem as más línguas) com o toque tão indiscutivelmente português, da obra não ter sido licenciada.

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